* Artigo publicado originalmente em 09/05/17
Quando conversamos com canais é comum ouvir o desejo de vender o negócio, ganhar muito dinheiro pela venda e viver feliz para sempre. O sonho dura pouco, na verdade, até o primeiro contato com um possível comprador. As principais instituições financeiras estão de olho em segmentos que a demanda por crédito é elevada, como por exemplo, grandes players de e-commerce, materiais de construção, informática, eletroeletrônicos, veículos, etc. Não podemos nos esquecer que investidores buscam empresas sustentáveis, portanto é fundamental a presença marcante de valores como ética, responsabilidade social e ambiental, produtos e serviços competitivos, profissionais com formação e remuneração compatíveis com o mercado de atuação, carteira de clientes finais relevante, bem como alianças com fabricantes e distribuidores de seu mercado de atuação.
Um dos processos mais cuidadosos refere-se ao valuation, que é a avaliação de uma empresa em um processo de fusão e aquisição. O objetivo é a identificação do valor real da empresa, mas este objetivo dificilmente é atingido, pois não há valor preciso devido aos vários fatores envolvidos. E o maior problema neste momento é que é um processo racional para os compradores e com elevada carga emocional para os vendedores. Devemos lembrar sempre que os investidores não remuneram a paixão e horas de sono investidas por seus fundadores na empresa. Uma das formas utilizadas de definição do valor da empresa é a lucratividade anual constatada no último exercício. São métodos mais simplificados de avaliação e também denominados múltiplos de empresas comparáveis.
Afinal, não se iluda que o processo de precificação tomará como base o preço que você pagou com sangue, suor e lágrimas, pois o que ele está, de fato, comprando é o que ele poderá gerar de riqueza e não o que ela foi ou é. O histórico tem valor apenas para sustentar a sua capacidade de entregar o futuro prometido. Os fatores que, de fato, mais influenciam neste processo são: o cenário macroeconômico, governança, marketing corporativo, maiores fluxos de capital, press-releases para outros países, etc. Portanto, atenção na construção de um alicerce firme que possibilite atingir todo o potencial do negócio!
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